segunda-feira, julho 31, 2006

segunda-feira, abril 24, 2006

o último suspiro.
você fecha os olhos,
puxa todo o ar que consegue
e finalmente seu peito explode.


domingo, março 26, 2006

sete erros

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sábado, março 25, 2006

Os meus barcos de papel nunca foram muito longe em águas geladas, e mesmo que fossem, não tinham rumo algum. Eu só me preocupava em apontá-los para o norte.
Mas sendo realista, eu gosto mesmo é do estrago.

sábado, março 04, 2006

eu até que fiquei sem palavras. na verdade, só não quis cuspi-las em você. é que sou metade azul metade vermelho, e o seu marrom não se mistura a mim. não adianta querer me vender a sua alma. eu não compro desculpas e carícias. eu não quero mais verdades e sorrisos. estou aberto a negociações de mares de estrelas e céus de agosto. voltei de um coma e não quero tubos me ajudando a respirar. não quero ninguém falando com as cômodas do quarto enquanto finjo sorrir para a lua.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Não. Não há com o que se preocupar. Pra que se preocupar quando já não se pode mais ver nem um palmo a sua frente? Só há o que sentir. O frio do chão. O sangue quente daqueles que desistiram escorrendo e alcançando seus calcanhares. O calor dos olhares na sua nuca. Palavras por todos os cantos, batendo nas quinas e voltando em direção aos seus ouvidos sem que você as escute, pois só consegue ouvir o que vem de dentro e é uma pena ser tudo tão oco, afinal, um pulmão sem ar e um estômago vazio não ocupam tanto espaço.
Vai se preocupar agora que o conformismo está ao seu lado e lhe estende a mão? Ele sabe o caminho. Vai por mim. Ele sabe o caminho. Eu me lembro da vez em que ele me abriu um sorriso e disse que nem o sol e nem a chuva podiam salvar alguém. Lembro-me do dia em que ele me aconselhou pular com os olhos vendados e eu não hesitei. Eu só não lembro de como cheguei nesse quarto escuro. Mas vai por mim, ele sabe o caminho.


domingo, janeiro 29, 2006

tudo bem, tanto faz.

Ninguém se preocupa (ou pelo menos finge se preocupar) até que as estrelas se apaguem. Ninguém sorri para o Sol enquanto este ofusca a vista cansada. Ninguém consegue (ou ousa) discordar de imposições quando o "tanto faz" se torna mais confortável.
Ele sorri para os postes na rua, acena para os pássaros nos galhos das árvores e conversa com os pés, quando não está cantarolando alguma música que o deixe mais leve, enquanto segue o caminho da praia. Aquele mesmo caminho, aquela mesma praia, aquele mesmo atalho que o levava para o mar sem pedras, mas agora é tarde e não há mais sol. No entanto ela continua sentada no tronco segurando o lenço vermelho.
- Esteve aí o tempo todo?
- É. Parece que sim.
- Os seus olhos...
- Eu sei. Eu sei. Já não são mais os mesmos. Cinzas e opacos.
- Cinzas, opacos e molhados.
- Sim.Também molhados.
- E o mar...
- Por onde esteve?
- Por qualquer parte.
- Qualquer parte é tão vago.
- Tão vago quanto você ainda aqui.
- Talvez seja. Senti sua falta.
Ele se abaixa, pega um punhado de areia naquela infinta praia enquanto o vento soprava em sua direção e pergunta:
- Vai continuar por aqui?
- Por que não? Tanto faz. O Sol não vai aparecer tão cedo e todas as estrelas ainda brilham.
- Ou quase todas...